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dezembro 11, 2024

Paródia aos 'Meus Oito anos'

 MEUS OITENTA ANOS

 

Oh! que saudades que tenho

Da Aurora, minha vida,

Minha mulher tão querida

Que fugiu, não voltou mais!

 

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

 

Foram tão belos os dias

Deu vida à minha existência

Cultivei-a como flor;

O amor foi um lago sereno

Foi meu céu, manto azulado,

Alimentei sonho dourado,

Minha vida, — um hino d'amor!

Aurora, meu sol, minha vida,

 

Nossas noites, melodia

Um mundo de alegria,

Vivia só para amar!

O céu bordado d'estrelas,

A terra de aromas cheia

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!

 

 

Em vez das mágoas de agora,

Eu tinha nessas delícias

De Aurora as carícias

E beijos toda manhã.

Naqueles tempos ditosos

Sem tempo para a zangas

Não precisava de cangas

Nossa vida era brincar

 

Aos céus eu agradecia

Rezava às Ave-Marias,

Com seu rosto sempre lindo

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!

 

MEUS OITO ANOS

                               CASIMIRO DE ABREU

 

 





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