Comidinhas das festas juninas
O quentão
é uma bebida tradicional das festas juninas no Brasil, conhecida por seu sabor quente e adocicado. Sua origem remonta ao período colonial, quando os portugueses trouxeram a tradição do **mulled wine** (vinho quente com especiarias), muito popular na Europa desde o Império Romano. No Brasil, devido à abundância da cana-de-açúcar, o vinho foi substituído pela cachaça, criando a versão brasileira do quentão.
A palavra "quentão" surgiu no interior de São Paulo e já aparecia em relatos das festas de São João desde o século XIX. Com o tempo, a bebida se espalhou pelo país, sendo preparada de diferentes formas: no Sul, muitas vezes com vinho quente, enquanto no Norte e Nordeste, a versão com cachaça predomina.
Além de aquecer durante as noites frias das festividades juninas, o quentão se tornou um símbolo da celebração, trazendo um toque especial às comemorações.
O pé de moleque
é um doce tradicional brasileiro feito com amendoim e rapadura, e sua origem remonta ao período colonial. Ele surgiu na **Capitania de São Vicente**, com a chegada da cana-de-açúcar ao Brasil no século XVI. O doce está fortemente associado à culinária caipira de São Paulo e Minas Gerais, sendo muito consumido em festas juninas.
O nome "pé de moleque" tem algumas explicações curiosas. Uma delas sugere que ele se refere ao calçamento de pedras irregulares das ruas antigas, que lembram a textura do doce. Outra hipótese é que o nome surgiu porque crianças costumavam roubar pedaços do doce das quituteiras, que então passaram a dizer: **"Pede, moleque!"**, dando origem ao nome.
A receita do pé de moleque tem raízes em doces árabes que foram levados à Europa na Idade Média e, posteriormente, adaptados no Brasil com ingredientes locais. Hoje, ele é encontrado em diversas variações, incluindo versões cremosas e até bolos inspirados no doce. A cidade de **Piranguinho, em Minas Gerais**, é famosa por sua produção artesanal e realiza anualmente a festa do maior pé de moleque do mundo.
A pipoca
tem uma origem fascinante e remonta a mais de **mil anos**!
Ela surgiu na **América**, sendo consumida por povos indígenas muito antes da chegada dos europeus. Arqueólogos encontraram sementes de milho usadas para fazer pipoca no **Peru** e no **estado de Utah, nos Estados Unidos**, indicando que era um alimento comum entre diferentes civilizações.
Os primeiros indígenas preparavam a pipoca de maneiras bem criativas: inicialmente, aqueciam a espiga inteira sobre o fogo, depois passaram a colocar apenas os grãos sobre as brasas. Com o tempo, desenvolveram um método mais sofisticado, cozinhando o milho em **panelas de barro com areia quente**. Além de alimento, a pipoca também era usada como **enfeite para o cabelo** em algumas culturas indígenas.
O milho-pipoca foi domesticado no **México há cerca de 9.000 anos**, e há registros arqueológicos de pipoca na **Bat Cave, no Novo México**, datando de **3.600 a.C.**. Os indígenas norte-americanos e astecas também utilizavam a pipoca em **danças rituais**, criando guirlandas com os grãos estourados.
Com o tempo, a pipoca se popularizou pelo mundo e se tornou um dos petiscos mais queridos, especialmente em cinemas e festas.
A pamonha de milho
tem raízes profundas na culinária indígena brasileira e é um dos pratos mais tradicionais do país. Seu nome vem do tupi **pa’muñã**, que significa "pegajoso". Os povos indígenas já preparavam uma versão primitiva da pamonha, cozinhando o milho ralado envolto em folhas de bananeira. Com a chegada dos colonizadores portugueses, a receita foi adaptada, incorporando ingredientes como leite e açúcar.
A pamonha se tornou especialmente popular nas regiões **Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste** do Brasil, onde cada local desenvolveu variações próprias. No **Centro-Oeste**, por exemplo, é comum encontrar pamonhas salgadas recheadas com queijo ou carne. No **Nordeste**, a receita muitas vezes leva **leite de coco**, conferindo um sabor mais adocicado.
Além de ser um prato típico das **festas juninas**, a pamonha também é vendida em feiras e mercados, sendo um símbolo da culinária caipira. A cidade de **Piracicaba, em São Paulo**, é famosa por suas pamonhas e pelo icônico "carro da pamonha", que ajudou a popularizar o quitute.
A paçoca
tem uma origem indígena e é um dos alimentos mais tradicionais do Brasil. O nome vem do tupi **pa’soka**, que significa "socar" ou "triturar", referindo-se ao método de preparo original, onde os ingredientes eram amassados em pilões.
Existem duas versões principais da paçoca: a doce, feita com **amendoim, açúcar e farinha de mandioca**, e a salgada, que leva **carne seca e farinha de mandioca**. A versão salgada era consumida pelos indígenas e tropeiros como um alimento prático e energético, ideal para viagens longas. Com o tempo, a paçoca doce se popularizou, especialmente em festas juninas, tornando-se um dos doces mais queridos do Brasil.
Hoje, a paçoca tem diversas variações, incluindo a famosa **paçoca de rolha**, a **paçoca de colher** e até receitas que incorporam chocolate e leite condensado.
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