O BOBO DA CORTE - sua história

 

O Bobo da Corte era uma figura icônica das cortes europeias medievais e renascentistas, cuja principal função era entreter o rei e seus convidados com piadas, sátiras, músicas e danças. 

Apesar da aparência cômica, ele ocupava um cargo oficial e, em muitos casos, tinha liberdade para criticar o rei e os nobres sem sofrer represálias.

Origem - A tradição do bobo da corte remonta ao **Egito Antigo**, onde artistas e anões entretinham a nobreza. Na **Roma Antiga**, existiam os *mimus* e *fools*, que usavam o humor para criticar a sociedade e a política. No **Império Bizantino**, a figura do bobo começou a ganhar destaque e, após as Cruzadas, tornou-se comum nas cortes europeias.

Função - Além de divertir, o bobo da corte tinha um papel estratégico: ele podia abordar temas delicados com ironia e sarcasmo, funcionando como uma forma velada de crítica social e política. 

Seu traje colorido e chamativo, com chapéu de guizos, simbolizava a tolice humana, mas também garantia que ele fosse notado. Alguns bobos acompanhavam seus reis até o campo de batalha, entretendo as tropas e até provocando inimigos.

Com o tempo, e especialmente com o avanço do Iluminismo, o papel do bobo perdeu força e desapareceu das cortes no século XVII. 

No entanto, sua influência pode ser vista até hoje em personagens cômicos e satíricos da cultura popular.

O bobo da corte era facilmente reconhecível por sua vestimenta extravagante e seu comportamento cômico. Alguns dos elementos mais característicos incluíam:

O Traje colorido e chamativo;  o Chapéu com pontas que tinha pequenos sinos, dando ao bobo um som distinto ao se movimentar; os Sapatos curvados, com ponteiras exageradas;  o Cetro cômico, chamado de 'marotte' e Expressões exageradas e gestos amplos.

O bobo usava muito a pantomima* para expressar emoções e provocar risos, recorrendo a caretas, danças e movimentos exagerados.

Além desses elementos visuais, o bobo da corte também tinha um papel social único; além de entreter, ele podia criticar políticos e nobres com ironia, dizendo verdades de forma cômica sem sofrer punições. Era, de certa forma, um reflexo da sociedade, capaz de expor suas falhas com humor.

* representação de uma história exclusivamente através de gestos, expressões faciais e movimentos,