Depois do jantar fomos à praia para a
tradicional queima de fogos de artifício. Eu não curto isso por causa da
fumaça, do cheiro de pólvora, do barulho e da multidão.
Ao nosso lado, um grupo religioso fazia seu
ritual entre velas, flores e uma imagem de Iemanjá, a rainha da noite. Eu
abraçava uma garrafa de vinho italiano espumante, delicioso embora um pouco
quente.
Um tanto animada pela bebida me aproximei do
ritual e disse que depois da festa eu levaria comigo a imagem. O grupo entendeu
que eu deveria estar bêbada e desconsiderou a proposta.
O grupo se dispersou deixando Iemanjá
abandonada na areia. Peguei a imagem para protesto dos meus companheiros e
voltei para casa com ela.
Correu a lenda que eu fizera promessa de
manter Iemanjá comigo até arrumar casamento. Tolice!
A imagem se quebrou, juntei os cacos e joguei
no lixo.
Tenho na boca o sabor do vinho italiano.
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