Conteúdos da Caixa

dezembro 15, 2019

ESTE ANO - PARTE II


Eu não gosto de escrever em livros, tampouco grifar passagens porque odeio ler livros rabiscados. Costumo fazer anotações em papel avulso usado como marcador de páginas. Sempre faço a doação dos livros lidos e por isso muitas anotações se perdem.

Tenho muito cuidado em jogar papéis no lixo. 
Guardo, por cinco anos, os recibos das contas pagas. 
Todo início de ano novo faço uma faxina separando com cuidado o que merece ou não ser desprezado. 
Já tive enorme aborrecimento com cobranças indevidas.

Tenho amigos que receberam na Justiça indenizações por dano moral; eu prefiro a cautela ao processo judicial.

Acho detestável receber ligações com cobranças, detesto também as ligações com ofertas de crédito; tenho nenhuma paciência para operadores de telemarketing.

Alguém costuma deixar oferendas no meu portão, o acesso até a casa constitui com as ruas vizinhas uma encruzilhada. 
Tenho que varrer constantemente e lavar o meio fio por conta das comidas lá deixadas; geralmente uma farofa enfeitada com ovos cozidos e pimenta vermelha. 
Raramente deixam galinha morta. 
Já deixaram galinha viva dentro de um saco com outros componentes do ritual.

Recolhi uma imagem quebrada do Preto Velho, colei os pedaços e guardei; recolho as tigelas também – alguidares como dizem. Excelentes cinzeiros!

Eu recolho as oferendas que incluem velas, que eu uso nos apagões e rosas frescas usadas para enfeite.

As bebidas deixadas geralmente são ordinárias e baratas. 
Penso que os santos merecem coisa melhor, tipo Möet & Chandon, D. Perignon ou um Scoth 12 anos; um dia recolhi duas garrafinhas de cerveja Caracu. 

Oferendas pobres demais.

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