Achei no Google a foto de um trabalho que fiz
para uma exposição, no Rio de Janeiro, de presépios de natal.
Mandei e foi
aceito um projeto para o concurso.
Imaginei um mural contendo as principais
figuras: Maria, José, o Menino, um Anjo, um jumento e uma vaca.
A obra requereu
a participação de um serralheiro para a modelagem das figuras em ferro,
silhuetas depois revestidas de corda luminosa.
Imaginei o efeito noturno da
peça iluminada.
O transporte até o local indicado pela
organização do evento foi uma verdadeira epopeia.
Contratado o transportador, peguei uma carona
no caminhão baú.
Após duas horas circulando pelo bairro da zona norte, uma
favela hoje chamada de comunidade – de acordo o discurso politicamente correto
-- chegamos ao local, a sede da associação de favelados; para nossa surpresa
não nos aguardavam e desconheciam o recebimento da encomenda.
Dezenas de ligações depois, sem consenso onde
entregar, decidi largar a obra por lá deixando a organização decidir seu
destino.
Afinal, eu fizera minha parte e cedera os direitos de propriedade ao
Festival conforme o contrato.
O episódio fez-me reconsiderar a participação
em eventos dessa natureza.
Decidi não atender a editais para ocupação de
salas, tampouco convites para exposições individuais ou coletivas; montei meu
próprio espaço expositivo onde penduro minhas criações.
A única exceção é
participar de alguns salões temáticos da organização local de artistas, da qual
sou associada e pela qual tenho grande admiração por sua longeva resistência.
Ou será resiliência?
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